Kiki Bispo minimiza boatos após Carlos Muniz indicar presidente da CCJ e assumir controle das principais comissões
- Redação | BA071
- 7 de fev.
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O líder do governo na Câmara Municipal de Salvador, vereador Kiki Bispo (União Brasil), rechaçou qualquer clima de tensão após o presidente da Casa, Carlos Muniz (União Brasil), consolidar sua influência sobre as principais comissões permanentes do Legislativo. Em movimento estratégico, Muniz conseguiu emplacar aliados nas presidências da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da Comissão de Finanças e Orçamento, dois colegiados fundamentais para a tramitação de projetos na Casa.
Apesar do controle ampliado do presidente da Câmara, Kiki Bispo garantiu que não há motivos para preocupação. “O presidente Muniz sempre foi correto com o governo. Aprovou todas as matérias do Executivo nos dois últimos anos, e vamos seguir juntos. Não há motivo para desespero. Pelo contrário, já que a CCJ só ficou com um membro da oposição e seis do governo. Não acreditamos que vamos ter dificuldade”, afirmou em entrevista ao Política Livre.
A instalação das 13 comissões permanentes ocorreu na manhã desta quinta-feira (06), com cada uma delas composta por sete integrantes titulares e dois suplentes. Diagnosticado com Covid-19, Carlos Muniz não participou da sessão. Para a presidência da CCJ, foi eleito por unanimidade o vereador Sidninho (PP), aliado de Muniz e crítico recente do Executivo. Já a Comissão de Finanças e Orçamento será comandada por Daniel Alves (PSDB), nome com ligações estreitas com os deputados federais Leo Prates (PDT) e Adolfo Viana (PSDB), além do deputado estadual Tiago Correia (PSDB), mas que mantém uma relação política próxima com Muniz.
A articulação do presidente da Câmara ocorre em meio ao impasse sobre o comando da Secretaria Municipal de Educação (Smed), posto que o PSDB pleiteia na gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil). O acordo para a pasta foi firmado entre a cúpula tucana e o chefe do Executivo antes das eleições de 2024. Ao fortalecer sua influência sobre as comissões, Carlos Muniz ganha maior poder de barganha, podendo travar a tramitação de projetos de interesse da Prefeitura, caso decida adotar uma postura mais independente.
Ainda assim, Kiki Bispo demonstrou confiança em uma solução pacífica para o espaço do PSDB na gestão municipal. “Entendo que, em qualquer Parlamento, pode haver pontos divergentes, mas acredito que o diálogo vai prevalecer. Além disso, do ponto de vista do governo, tanto Sidninho quanto Duda Sanches são da base. Ou seja, a CCJ está bem representada. Sidninho tem boa relação com o prefeito”, argumentou.
O líder do governo também destacou que a Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente será presidida pelo vereador Paulo Magalhães Júnior (União Brasil), colegiado que terá papel estratégico na revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). “Na minha avaliação, houve aí uma troca, e o PP também é da nossa base”, ponderou Kiki.
O cenário reforça o protagonismo de Carlos Muniz na Câmara e amplia sua margem de negociação dentro do Legislativo, especialmente em um ano pré-eleitoral, onde as movimentações políticas tendem a ser ainda mais intensas.
