PF recusou participação em megaoperação do Rio: Diretor afirma que ação "não era razoável"
- Redação BA071
- 29 de out.
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O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, revelou nesta quarta-feira (29) que a corporação recusou participar da megaoperação deflagrada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro nos Complexos do Alemão e da Penha na última terça-feira (28). A ação, que resultou em mais de 100 mortes, já é considerada uma das mais letais da história do estado.
Andrei Rodrigues afirmou que, embora a PF não tenha sido comunicada formalmente sobre o momento exato da deflagração, houve um contato prévio entre a inteligência da Polícia Militar e a Superintendência da PF no Rio.
"Houve um contato anterior, do pessoal da inteligência da Polícia Militar com a nossa unidade do Rio de Janeiro, para ver se haveria alguma possibilidade de atuarmos em algum ponto nesse contexto. A partir da análise do planejamento operacional, a nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse", afirmou o diretor-geral.
A declaração de Andrei contraria a informação do Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, de que não houve comunicação formal do Estado sobre a ofensiva. O ministro havia mencionado apenas que a PF foi informada de "alguns detalhes" dos planos em andamento.
Rodrigues detalhou que, ao analisar o plano, a PF concluiu que o modo de atuação não se encaixava em seus procedimentos operacionais:
"Houve um contato no nível operacional, informando que haveria uma grande operação e [questionando] se a Polícia Federal teria alguma possibilidade de atuação na sua área, no seu papel. [...] A partir dessa análise geral, entendemos que não era o modo que a Polícia Federal atua, o modo de fazer operações," explicou Andrei.
O principal fator para a recusa, segundo o diretor-geral, foi a falta de atribuição legal da PF na ação, que era essencialmente estadual. "Naquela operação, que é do estado, tinha mais de 100 mandados para cumprir do estado do Rio, e nós não teríamos nenhuma atribuição legal para participar; portanto, não fazia sentido nossa participação," concluiu.















