Exclusivo: APLB reage a secretário e nega quebra de acordo sobre reajuste de professores de Salvador
- Yuri Pastori

- 24 de set.
- 3 min de leitura

O projeto de lei que trata do reajuste dos professores da rede municipal de ensino da capital baiana seria votado na sessão desta quarta-feira (24), na Câmara Municipal, mas acabou sendo retirado de pauta. Na noite do mesmo dia, o secretário municipal da Educação, Thiago Dantas, cobrou da APLB Sindicato o cumprimento do acordo firmado com a Prefeitura de Salvador.
Segundo o secretário, a retirada de última hora aconteceu porque a APLB solicitou alterações no texto que já havia sido pactuado e assinado entre as partes.
“Houve diálogo, houve negociação, houve assinatura de acordo. Tudo estava pronto para a votação. Mas, de maneira irresponsável, a APLB voltou atrás, descumpriu o que já havia sido firmado e agora ainda ameaça paralisar novamente as atividades. É lamentável esse posicionamento que desrespeita a negociação e, principalmente, a própria categoria”, alega Thiago Dantas.
O presidente do sindicato, Rui Oliveira, conversou com exclusividade ao portal BA071. O representante sindical nega quebra de acordo.
"Não houve nenhuma quebra de acordo. O acordo foi assinado entre a APLB e a Prefeitura de Salvador no final da greve que foi suspensa. De lá para cá, a Prefeitura elaborou um projeto de lei do acordo. Como distorcia o que estava acordado, foram feitas as emendas. Das oito emendas discutidas ontem, o governo aceitou seis. Faltaram duas, uma relativa aos aposentados, pela garantia de que não teria prejuízo, e a outra emenda sobre a linearidade da tabela salarial. Essas duas emendas o governo não aceitou", rebateu Rui Oliveira.
O secretário disse ainda que o presidente da APLB não participou das mesas de negociação e agora faz ameaças sobre paralisação da categoria. “Rui Oliveira precisa explicar essa postura. Ele está a serviço de quem? Rui precisa responder isso, se ele está a serviço dos interesses dos professores, porque esse tipo de postura demonstra o contrário”, declarou.
Thiago Dantas alega que a Prefeitura de Salvador tem mantido o diálogo com a categoria. “O município vem mantendo a mesa de diálogo aberta, com conversas constantes e disponibilidade para construir consensos. Mas não se pode permitir que, depois de um acordo consolidado, a entidade volte atrás e tente pressionar com novas ameaças de paralisação. Isso demonstra falta de consideração com a própria categoria, que confiava no que já havia sido acertado”, disse.
“O Executivo cumpriu sua parte. Quem descumpriu foi o sindicato. Não é justo que a cidade e os professores paguem o preço de uma postura intransigente e desrespeitosa. Desse jeito, a APLB está mostrando que não é confiável, visto que descumpre um acordo amplamente discutido, e que a mesa de negociação aparentemente de nada vale para o sindicato”, finalizou o titular da educação.
Rui Oliveira destacou que na Assembleia desta quarta-feira (24) ficou decidido que não deveria votar o projeto de lei hoje e tentar negociar as duas emendas. O sindicato decidiu que a votação só ocorrerá depois da aceitação dessas duas emendas.
"Eu não quero me meter na disputa política entre ele [Thiago Dantas] e o presidente da Câmara [Carlos Muniz] para ver quem vai ficar com o cargo dele. Não me interessa saber qual é o cargo dele, se ele vai ficar ou não", disparou Rui.
O presidente da APLB reiterou que quer sentar de forma civilizada e respeitosa, e discutir objetivamente com a Prefeitura e a Educação de Salvador, que, segundo ele, é uma das maiores e piores do país. "Então, nós estamos dispostos ao diálogo e com muito respeito nós vamos continuar nessa linha", concluiu Rui Oliveira.















