Uber lança programa piloto para remunerar por curadoria de dados
- Redação BA071
- 19 de out.
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A Uber anunciou um novo e intrigante programa piloto que permite que motoristas e entregadores da plataforma faturem nos períodos de inatividade, realizando tarefas simples de curadoria de dados. A iniciativa, que transforma o tempo de espera dos trabalhadores em uma nova fonte de renda, já foi testada na Índia e agora chega aos Estados Unidos.
O projeto propõe que os trabalhadores realizem atividades como enviar fotos, gravar áudios em diferentes idiomas e digitalizar documentos. Essas tarefas não são um fim em si mesmas; na verdade, elas são cruciais para alimentar e treinar modelos de Inteligência Artificial (I.A.) da empresa.
O movimento da Uber sinaliza uma percepção estratégica da empresa: os motoristas enxergam a plataforma, acima de tudo, como uma fonte de renda. Ao transformar os momentos de ociosidade, como esperar por uma corrida ou rodar em busca de passageiros, em oportunidades remuneradas para gerar valor à empresa, a Uber ataca dois objetivos centrais.
Um deles é aumentar a renda dos parceiros, pois diversifica as formas de ganho do motorista, tornando a plataforma financeiramente mais atraente. E o outro é aumentar o engajamento, já que aumenta a retenção do motorista na plataforma a longo prazo ao maximizar o potencial de faturamento em diversas situações do dia.
A decisão posiciona a Uber dentro do crescente e bilionário mercado de curadoria de dados, fundamental para o desenvolvimento da I.A. generativa. Empresas como a Scale AI já operam nesse segmento com sucesso estrondoso, prestando serviços semelhantes e negociando grandes valores — como os US$ 14 bilhões que recebeu da Meta em junho passado.
Com o piloto, a Uber não apenas busca diversificar suas fontes de receita, mas também aproveitar sua vasta e dispersa força de trabalho para realizar um tipo de serviço que é a espinha dorsal da tecnologia que está revolucionando o mercado.














