Salário de autônomos e informais cresce até 3x mais que o de celetistas, revela Ipea
- Redação BA071
- 29 de set.
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Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta uma mudança significativa na dinâmica salarial brasileira: no segundo trimestre de 2025, o rendimento médio de trabalhadores informais e autônomos registrou um crescimento muito superior ao dos empregados com carteira assinada (CLT).
Na comparação anual entre os segundos trimestres de 2024 e 2025, a alta nos salários se deu da seguinte forma:
Trabalhadores Informais: Aumento médio de 6,8%
Trabalhadores Autônomos: Aumento médio de 5,6%
Trabalhadores CLT: Aumento médio de 2,3%
Este crescimento expressivo impulsionou a renda média dos informais ao maior nível desde o início da série histórica em 2012.
Apesar da aceleração salarial no trabalho sem carteira, os celetistas ainda mantêm o maior rendimento em termos absolutos: R$ 3.171. A renda média dos autônomos ficou em R$ 2.955 e a dos informais em R$ 2.213 no segundo trimestre.
No entanto, a tendência de aproximação tem chamado a atenção dos analistas. Há apenas quatro anos, no segundo trimestre de 2021, o salário dos celetistas era 25% maior que o dos autônomos. Atualmente, no segundo trimestre de 2025, essa diferença caiu drasticamente para apenas 7,3%.
O avanço dos salários em categorias como a de autônomos, impulsionado, em parte, pelo crescimento de plataformas como Uber e iFood, tem um custo: o aumento do número de trabalhadores sem cobertura previdenciária.
A falta de contribuição direta coloca em risco o futuro previdenciário desses profissionais. Embora os Microempreendedores Individuais (MEIs) tenham acesso à aposentadoria, a contribuição de 5% do salário mínimo não é suficiente para cobrir os benefícios futuros, o que sobrecarrega o sistema público.
O Ipea destaca que essa "renúncia fiscal" atingiu R$ 6,44 bilhões ao final de 2024, um aumento de 24,4% em relação ao ano anterior, o que pode prejudicar a sustentabilidade da Previdência Social.
